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As trajetórias amorosas são talvez um dos melhores exemplos para observar efeitos bi-vinculados. Especialmente para os jovens que pretendem sair de casa por via da conjugalidade, em particular pelo casamento e pela compra de uma casa, a sincronização dos dois cursos de vida individuais do casal é da maior importância. Assim, é necessário o encontro de dois “pontos ótimos” nas carreiras profissionais para a identificação do melhor timing para a a saída de casa dos pais por via da entrada na conjugalidade. Visto que as vidas profissionais e pessoais, ou circunstâncias contextuais externas, podem correr mal alternadamente (ou até em simultâneo), anos podem passar-se até se encontrar este duplo “ponto ótimo” temporal. (Nico, 2011: 277). Também numa fase mais tardia da vida há coordenação e efeitos entre casais para a transição para a reforma (Denaeghel, Mortelmans e Borghgraef, 2011).

O amor tem importância teórica e é um elemento de ação social e de estrutura social (Goode, 1959: 38), representando frequentemente pontos de viragem nos cursos de vida Assim sendo, poderá funcionar como catalisador para, por exemplo, a saída de casa dos pais no sentido da entrada da conjugalidade (funcionando simultaneamente como um efeito longitudinal e extra-vinculado, devido à criação de um novo agregado familiar), ou no sentido de uma autonomização do agregado de origem provocada pelo efeito emocional do fim de uma relação amorosa  (Nico, 2011).

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