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A saída de casa dos pais não é uma “ciência exata” (Jones, 1994: 36). O fenómeno da mobilidade humana (no qual se pode incluir o processo de saída de casa dos pais) é “extremamente complexo, muito mais do que qualquer outro evento demográfico” (Breschi e Manfredini, 2004: 221). O processo de saída de casa dos pais é ainda um evento demográfico que provoca e sofre efeitos noutras esferas da vida e noutras vidas. 

 

Por exemplo, o timing de saída de casa dos pais é em muito determinado pela trajetória escolar (sua longevidade, especialmente), pela trajetória profissional (em particular na entrada para o mercado de trabalho ou pelo aspeto remuneratório da atividade profissional) e também pela trajetória amorosa ou conjugal que tende a marcar ainda muito em Portugal a saída de casa dos pais (efeito longitudinal, com saída de casa enquanto variável dependente). 

De outro ponto de vista, a saída individual de casa dos pais tem um impacto muito grande nas dinâmicas estabelecidas no agregado familiar de origem, seja pelo fenómeno do “ninho vazio” seja pela alteração na relação dos irmãos remanescentes com os respetivos pais ou pelo reajustamento habitacional ou dos apoios intergeracionais (efeito extra-vinculado, com saída de casa enquanto variável independente). 

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