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Impacto da estrutura familiar no bem-estar das crianças: As mudanças na estrutura familiar, nomeadamente pela ausência da mãe ou pai biológico, têm o potencial de fragilizar o bem-estar socio-emocional das crianças sobretudo em contextos de pobreza (Pierce et al., 2014).

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Impacto da estrutura familiar e do contexto de existência nas redes pessoais: O estudo realizado por Aeby et al. (2017), que procurou investigar o impacto de factores biográficos, estruturais e de nível macro na construção de redes pessoais na vida de jovens adultos entre diferentes países e gerações, demonstrou que os laços de parentesco incorporam mais as redes pessoais em caso de coresidência com parceiros e/ou filhos do que em casos de jovens adultos que viveram sozinhos ou no“ ninho” (em casa dos pais) e que incluem mais outros laços próximos de amizade que não os de parentesco. Para além disso, evidenciou que o contexto nacional de existência tem impacto na constituição de redes pessoais uma vez que nos países mais desenvolvidos e com maior assistencialismo se verifica uma maior inclusão dos laços de amizade do que nos países pouco desenvolvidos e constrangimentos económicos se destaca a solidificação da presença de laços de parentesco nas redes sociais por dependerem mais delas para resolver a falta ou dificuldades em aceder à habitação própria.

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Impacto e duração da situação perante a habitação no bem-estar individual: O facto de se viver numa habitação própria ou alugada durante longos períodos pode ter impactos no bem-estar futuro e evidenciar processos de acumulação de vantagens e desvantagens. No fundo, os indivíduos que vivam mais tempo em regime de arrendamento, sobretudo os que viviam em habitação própria anteriormente, evidenciam piores estados de felicidade e afeição no seu bem-estar em fases avançadas da vida (Vanhoutte et al., 2017).

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Impacto da decisão conjugal e composição do agregado nas atitudes pessoais: O facto de um casal decidir consumar o matrimónio indica, desde já, a adoção e partilha de valores e crenças familiares tradicionais e pode ter efeito na satisfação com a vida e o relacionamento assim como o bem-estar posterior. Ainda que exista uma genderização na satisfação com o relacionamento antes e depois do casamento, onde as mulheres apresentam maiores valores de satisfação, a composição do agregado familiar também demonstra influenciar essa satisfação uma vez que a presença de filhos pode causar um impacto negativo na satisfação do casal em coabitar (Roser & Le Golf, 2018).

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Referências bibliográficas

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Pearce, A., Hope, S., Lewis, H., & Law, C. (2014), “Family structure and socio-emotional wellbeing in the early years: a life course approach”, Longitudinal and life course studies, 5(3), 263-282.

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Aeby, G., Gauthier, J. A., Gouveia, R., Ramos, V., Wall, K., & ÄŒesnuitytÄ—, V. (2017), The impact of coresidence trajectories on personal networks during transition to adulthood: A comparative perspective, em Family Continuity and Change, Palgrave Macmillan, London, 211-242.

 

Vanhoutte, B., Wahrendorf, M., & Nazroo, J. (2017), “Duration, timing and order: How housing histories relate to later life wellbeing” Longitudinal and Life Course Studies, 8(3), 227-244.

 

Ryser, V. A., & Le Goff, J. M. (2018), “The Transition to Marriage for Cohabiting Couples: Does it Shape Subjective Well-being and Opinions or Attitudes Toward Family?” em Social Dynamics in Swiss Society, Springer, Cham, pp. 47-59.

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Texto por Marco Carreira, 2019

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